quarta-feira, novembro 12, 2003

Das bibliotecas



A razão de um discurso que faça a apologia das bibliotecas é sociológica, é comunicativa, é argumentativa. A experiência da vida insere-se na relação do homem com o mundo, com os outros e consigo próprio – e isto só é possível nas manifestações simbólicas da cultura, nos enigmas do mundo que, num movimento hermenêutico, procuramos conhecer. As bibliotecas acrescentam-nos em dimensão interlocutiva, em campos de produção de sentido, nos domínios da comunicabilidade. E não nos esgotamos, antes nos potenciamos e projectamos na polifonia que velhos e novos media por elas disponibilizados manifestam e empregam ao conhecimento.

Os traços que enquadram a experiência dos indivíduos encontram na metáfora da multifuncionalidade um paradigma e na experiência multimodal e multimediática uma concretização. A biblioteca assume a forma de significante incontornável se pensarmos nas tecnologias da informação e nas literacias exigidas para a apreensão da mudança, sobretudo quando os conteúdos informativos são fluídos e vão exigindo sujeitos substancialmente adaptativos.