quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Intencionalidade. Sem Brentano.

Aprendi hoje, com Brentano, algo que em mim não conhece aplicação. Aparentemente, a nossa consciência não existe sem objecto e todos os nossos diversos estados mentais não podem ser devoid, vácuos, mera emptyness. Para acreditar é preciso acreditar em algo. Para desejar, é preciso desejar algo. E estes são princípios mestres da significação.

Em mim, o que mais ocorre é transitividade e travessia, noante e consciências sem objecto. Será apatia? Mera jouissance do viver? Tranquilidade absurda?

Não. É tormenta. Acreditar e não se saber em quê é delírio. Desejar e não se saber o quê é o princípio da permanência erótica. Desejo, então. Desejo tanto. Freud, socorre-me, que não sei o que desejo. Só sei que desejo.

Nem mesmo as minhas palavras conhecem sempre uma intencionalidade mental intrínseca. A minha escrita é deriva. E o meu alicerce oscila.