segunda-feira, janeiro 16, 2006

protège moi

tomara «eu» a plasticidade do tempo. diria «eu» que o grande problema dos existencialistas é a irreversibilidade desta entidade voraz. pudesse «eu» e apagaria sempre o meu rasto, o meu lastro... para, simplesmente, o poder viver de novo. E a construção instável e débil que «eu» sou, seria, pelo menos, mais consistente. Mas isto é o delírio da dúvida, apenas. Duvido, pelo menos. O que apazigua algumas inquietações flamejantes.

Autrement.

Insatisfeito. Insatisfeito comigo. Nunca contrafeito. Mas sempre consumido na insatisfação que nunca tarda em bater-me à porta.

Ah, «eu». Como nunca me desfaço e me aperto cada vez mais em torno deste nó.

Autêntico [?] e delirante. Transbordo, às vezes. Sou mínimo, outras tantas.
Exposto à fragilidade dos dias, canto:

«(Protège-moi, protège-moi)
(Protège-moi, protège-moi)
(Protège-moi, protège-moi)»
[placebo]