sexta-feira, outubro 20, 2006

Exactement.

Estou em Bruxelas há quase dois meses. Mas foi há dias, apenas, que o atraso da minha chegada se abateu sobre mim. Exactement. Há apenas alguns dias e já aqui estou há dois meses. Não foi como um choque, mas foi como o lento acordar de uma anestesia que me colocava num estado de dormência e aceitação cega das imanências do mundo. Mais, quelles sont les immanences du monde? Existent-elles?

Non, je ne peux pas vraiment dire que je suis sorti. Ni que je suis entré. Ri. Chorei. Caí. Levantei-me. Agora, caminho em movimentos livres e as manhãs sucedem-se, felizes. Talvez estivesse já ausente e aceitasse as presenças que atravessam a minha vida, de forma preguiçosa, indolente and so, but so careless.

Hoje eu sei. Mon vrai paradis est ailleurs. Allez. Allez. Aller. C'est mon chemin. Cada vez mais aqui e ali. Para regressar apenas e só àqueles que permanecem para mim. E esses, eu já os vi. Cabem no largo do meu sorriso. Exactement. Cabem no laço do meu abraço.

1 Comments:

At 2:21 da tarde, Blogger rocha said...

"Quando, Lídia, vier o nosso outono
Com o inverno que há nele,
Preservemos
Um pensamento, não para a futura
Primavera, que é de outrem,
Nem para o estio, de quem somos mortos,
Senão para o que fica do que passa —
O amarelo atual que as folhas vivem
E as torna diferentes".

Ricardo Reis

Sometimes, il faut tourner la page

 

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