sábado, julho 05, 2003

Lamento pós-moderno de sábado à noite

Estou cansado de tudo o que hoje é relativo e ilusório. Há falsas ideologias e falsos ideais. Há uma sede de libertar instintos reprimidos e deixar-se levar pela sensibilidade, o que contribui para uma visão imediatista do homem.

Esta visão [será ela freudiana?] anuncia os propósitos subjectivos do sujeito que deseja experimentar fortes sentimentos de prazer; uma visão que se alia a uma gnose libertadora do corpo e do espírito, em comunhão com uma energia cósmica absoluta, globalizante, que a todos irmana.

Mas eu estou cansado do medo da capacidade intelectiva, do universo de sensações desordenadas e imagens ready-made que degluto sem mastigar.

Sucedem-se clichés pré-fabricados potenciadores de uma ilusão de conhecimento, fecha-se e reduz-se a percepção do mundo.

Na verdade, nesta noite, eu só não queria confrontar-me com tudo o que é habitado por um pseudo-acontecer...