Hiper-identidade ou o recentramento da experiência de leitura/ escrita hipermediatizada
Somos uma civilização do livro. E irmanámo-nos na possibilidade de voz singular e clausura que esse texto fundador nos concedeu.
Hoje, contudo, fazemos a transição para uma sociedade pós-literada, em que a experiência dos textos é também a experiência de um novo être, de uma nova pessoa, de um novo corpo. Altera-se a textura, ou seja, a natureza textual das nossas vidas. Falo dos seres virtuais, mais ou menos abstractos, definidos na inconcretude do ciberespaço. Falo, no limite, da blogosfera.
Os novos media relocalizam o nosso ser-no-sistema-mundo num abraço global. E a novidade está no reforçado poder da escrita como processo cognitivo, prática cultural, como metáfora. A escrita hipermediática une agora o que condensa em tempo e espaço com uma nova essência, um novo acto humano de linguagem.
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