segunda-feira, março 06, 2006

dos sons originais


Sentado à mesa do computador, que é uma velha máquina de costura, trabalho e escuto o murmúrio das coisas à minha volta. O sítio onde trabalho é uma velha peixaria. Nas paredes há mármore, fria. E o encanto das coisas velhas que só na memória viverão. A geometria da sala é cortada pela bancada de pedra. A sua função foi reinventada. É uma mesa de trabalho, também. Ocupam-na portfolios e projectos. Mais computadores, um telefone, uma impressora.
Na rua passa o eléctrico e tudo estremece. Estremeço, também. Tomo o ar do primeiro dia. O primeiro dia de trabalho.