quarta-feira, março 22, 2006

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Os meus dias de trabalho são sempre entrecortados pelo estrépito de um novo acontecer. Trabalho há duas semanas. Pouco mais. E continua a apetecer-me essa solicitação do por vir. Contenta-me. Alegra-me. Porque ainda não senti a sucessão igual dos dias. Não amanheço todos os dias. Não conheço o entardecer de outros tantos. Pertenço episodicamente, mas ao mesmo tempo de forma integral, como se ali devesse estar organicamente, naquele ambiente. Ainda temos os livros encaixotados. A burocracia dos dossiers ainda não ocupou as novas estantes. Mas já escolhemos as novas secretárias. Na palma da minha mão, olho a cicatriz deixada por um móvel que ajudei a montar. Inprint do meu trabalho. Quero que fique lá, como registo, como inscrição, como memória. Referente íntimo, rente ao sentir.