quinta-feira, junho 21, 2007

Belle de Jour ou o exorcismo do erotismo

| li "Belle de Jour", de Joseph Kessel. |

exame despudorado da perversidade humana
onde os enigmas insolúveis do amor
se divorciam da frustação sentimental
(o físico pulsa, sempre, inquieto)

Ah, Séverine, encontraste habitat secreto
no corpo profanado a pedido.

Porque amas, Sévérine
o leito branco, burgês e casto de Pierre
se é nos lençóis conspurcados, da esquina e da rua sombria, que te comprazes?

Becos esconsos, portas travessas do desejo.
Até às 5 de cada tarde.

Porque voltas, Sévérine?
Porque te confessas
e não te entregas à chama interior que te consome?
Suportas o peso férreo da culpa
ou queres provar que não há maior sentimento de dívida que o amor?



| "Belle de Jour", o filme, de Luis Buñuel |