quinta-feira, agosto 21, 2008

Danses Hongroises

Não sei por que acontece, mas é como se na descoberta do antigo vivessem múltiplas partes de mim, que não cumpri (que culpa tenho, dos lapsos do tempo?), mas que incorporo episodicamente. Então há caracteres que sobrevêm, tons que se afinam e imagens que se alinham e configuram. É uma tela tão plástica e é de uma materialidade táctil que seduz. O prazer do resgate desta imagery sonora e imaginária, tão distante, mas tão fácil de ser recuperada e lida. Juste pour mon plaisir égoiste.

Descobri o virtuoso do violino, Yehudi Menuhin - a highly interpretative musician (as it shows...). E, descobri - quem imaginaria - que em vida se envolveu em numerosas acções de defesa do ambiente e justiça social. Escutemos o violinista engagé:




/Yehudi Menuhin plays Brahms' Hungarian Dance No. 4/

segunda-feira, agosto 11, 2008

Wanderlust

SW 08 the very best moment of my summer

only weeks before I left to a new harbour.
vou sempre recordar a festa, 
sempre a festa de estar contigo, o riso e o sorriso.  
as vozes entrecortadas por luz musical de incontida alegria.


"Lust for comfort suffocates the soul

This relentless restlessness liberates my soul." | Bjork

domingo, agosto 10, 2008

Sheffield

Cambridge Street looking towards Wellington Street and Moorhead, 1960-63; No 44, R.J. Stokes & Co. Ltd., Paint Manufacturers; No 52, Nell's Bar and the Hippodrome. 

Had I lived there in the 1960's and this would be the landscape picture of my daily routine. But this is all about a much improved and wider geography. Yes, and it is also about the city where I chose live for the next three years, pursuing a PhD in Information Studies. 



My City is now Sheffield and my University is the University of Sheffield.

Café Arcada


At first, we would say there was a band playing in the background.
But surely that wasn't the most significant feature of the moment.
Enchanted, we were, with how easily the city spread itself into that square - arches around, a church on top - 
And, suspending its movement because of the heat
Its people searched shadows only and the freshness of quiet spaces
To recover senses and live again.

Now it was in the evening.
And for sure there was a band playing in the backgroung.
Yes, I can tell from the vivid and inviting charleston, still in my memory.
But none of us danced. Surely that wasn't the most significant feature of the moment.

Citrus


The lemon tree does not stand still.
I dream of its early reddish leaves
And the tree is already in motion
Later turning to green.

The lemon tree does not stand still.
I feel its dotted peel
As an ample molecular skin, 
Wondering: can we reverse the process, from yellow to green?

The lemon tree does not stand still,
Acid seedless fruits grow thick, back in the terrace.
Uniform yellow in colour, they are ready to pick.
Oh, astrigent mobile flavours, travelling in my mouth.

sexta-feira, junho 27, 2008

Live life on a sunnier day



encontro em ti, Japão, a ousadia da luminescência solar
que nasce.

convexa presença do que me habituei a ver, 
caracter de um alfabeto que desenho sem saber ler.

a Ocidente de ti, Japão, sonhando transmuto-me nos teus rostos brancos 
de existências escondidas entre biombos nambam.

destilo chás imperiais de ambições ambivalentes:
a de ser a solidez dos teus templos

a de ter para mim, guardada nos nós das mãos
a flor das amendoeiras como tempo resgatado ao tempo.



Cocorosie / Japan /

quarta-feira, maio 21, 2008

Global Positioning System

Avoir une destination. N’avoir q’une destination. N’avoir aucune destination.

Não acredito em predestinação, mas acredito na escolha dos meus destinos intermédios, das minhas passagens pela superfície ou profundeza dos lugares e das coisas. Ultimately, who knows where I’ll be?

Acontece-me por isso precisar sempre de um certo sentido de en passant, mesmo que eu seja este ser fatalmente talhado para os afectos e para as afáveis contemplações sentimentais.

Viagens. Afogam-me vertiginosamente (ah, e que prazer, o da vertigem) em imagens, flashes de urbe tecnicor.

flashLIGHT

 

                                               FLASHlight

 

                                                            FLASHlight (dentro de mim et par tout)


Vive La Fête / "Tokyo"

quarta-feira, maio 14, 2008

Open Culture

Encyclopedia Britannica is offering free access to the complete online encyclopedia to web publishers. I was lucky enough to get hold of a subscription and am delighted to praise such an  innovative and democratizing initiative. Certainly a landmark in the webculture and an important step in ensuring access to trustable reference contents. 

One of my first searches, randomly picked, I admit (and I am not being ironic, I was just curious about the result), was the word happiness. I found several philosophers' conceptions and read Joseph Butlers' account (1692-1752): "when we sit down in a cool hour, we can neither justify to ourselves this or any other pursuit, till we are convinced that it will be for our happiness, or at least not contrary to it".

Now I am not sure if this is contrary to the whole point of the post. Anyway, I am happy to say I am happy today : )

sábado, maio 10, 2008

Felicific Calculus

"Talvez até pudesse dar-te mais
Que tudo o que tu possas desejar
Não te debruces tanto, que ainda cais
Não sei se me estás a acompanhar".

cette chanson est la négation de l'expression utilitaire de l'amour.
se cálculo eficaz houvesse, sob a lua, só existiria o princípio do prazer.




/Rádio Macau | Cantiga d'Amor | 8 | 2008/

portrait contemporain #1 | au travail


Memories of the successful International Conference (April 2008). 
For future remembrance only.



Soon, so soon




I will walk these streets and be part of
the living frame

Hoje, no mercado

Há, no mercado, a ancestralidade da troca, o encontro primário de todos nós com a necessidade e a sua superação, pela compra ou pela venda.

Hoje, no mercado, mais do que as compras ou o recorte de um qualquer olhar etnográfico, houve contormos de realidade que me inquietaram. Os contornos de uma sociedade tão pobre. Retratos de um capitalismo de miséria, velhos curvados, sem dentes, enegrecidos e tristes, vergados pelo tempo e pelo trabalho. Tinham uma horta, que transportam para a bancada: nabos, cenouras, cebolas, laranjas e favas. "Maio as dá, Maio as leva", rematam.

"Um avio tão grande, merece uma oferta", disseram. Regressamos com o avio, e com ramos perfumados de coentros (já em flor), mais algumas folhas de alho.
Por dentro, a verdade que nos assola: vendem, no mercado, seguramente para poderem comer.